
Álvaro Pacheco apresentou, ontem, a demissão do cargo de treinador do Vitória, e o pedido apresentado pelo treinador foi aceite de imediato. A reunião com os representantes do Cuiabá foram o ponto de partida para a rutura.
“No dia 28 de abril, o presidente do Vitória foi contatado por um representante do treinador Álvaro Pacheco, o qual lhe comunicou que o treinador pretendia reunir-se pessoal e presencialmente com representantes de um clube brasileiro e se o presidente via algum inconveniente na realização dessa reunião”, começou por dizer António Miguel Cardoso, num comunicado lido à imprensa.
“O presidente do Vitória respondeu que não se oporia à realização dessa reunião, mas sob condição de que acontecesse de forma discreta e totalmente sigilosa, condição que deixou ficar bem clara”, acrescentou.
E prosseguiu. “Imediatamente, após essa conversa, o presidente do Vitória recebeu uma chamada do treinador Álvaro Pacheco a agradecer o facto de não se ter oposto à realização da dita reunião, tendo aquele, uma vez mais, e agora diretamente perante o treinador, deixado claro que a realização da reunião deveria ser discreta e sigilosa. Nas conversas mantidas quer com o treinador Álvaro Pacheco, quer com o seu representante, estes nunca informaram o presidente do Vitória do dia, hora e local onde pretendiam reunir-se com o clube brasileiro”, recordou.
“A estrutura do Vitória que trabalha com a equipa principal de futebol tinha previamente agendado para o dia 29 de abril um evento com a participação de jogadores, treinadores, elementos do departamento médico e restantes membros do staff, com o objetivo de fortalecer o grupo de trabalho e os seus laços emocionais, e a todos motivar positivamente para que nos três últimos jogos do campeonato fossem cumpridos os objetivos então ao alcance do Vitória. Surpreendentemente, o treinador Álvaro Pacheco faltou a esse evento para se reunir com os representantes do clube brasileiro. Fê-lo sem informar qualquer dirigente do Vitória nem qualquer responsável pela estrutura da equipa. Ao que se julga saber, apenas terá comunicado essa ausência a um dos capitães, alegando motivos pessoais”, acrescentou.
“Na manhã de 30 de abril, os responsáveis pelo Vitória são confrontados com uma fotografia do treinador Álvaro Pacheco partilhada numa rede social por um sobejamente conhecido restaurante de Lisboa, especificamente pelo universo do futebol, acompanhado por uma outra pessoa, e com o seguinte comentário: “resistirá o treinador português ao anunciado chamamento brasileiro? De imediato, o presidente do Vitória ligou para o representante do treinador dando-lhe conta da gravidade dessa situação e do seu desagrado pelo completo desrespeito pelas condições acordadas relativamente à discrição e sigilo na realização da reunião, e que perante o que havia acontecido o treinador Álvaro Pacheco tinha de clarificar se estava na disposição de permanecer como treinador do Vitória e cumprir o contrato que mantinha com o clube até ao final da próxima época, ou se queria desvincular-se de imediato. A resposta daquele representante foi que a intenção e vontade do treinador Álvaro Pacheco era abandonar o Vitória no final desta época”; adiantou.
A decisão final da saída de Álvaro Pacheco ficou consumada nas últimas horas. “Na noite de ontem (14-05-2024), o presidente do Vitória foi contactado pelo representante do treinador Álvaro Pacheco, informando-o de que o treinador apresentava a sua demissão, com efeitos imediatos, o que, atento as circunstâncias, foi aceite”.
Já na conversa com os jornalistas e perante os fatos descritos, António Miguel Cardoso disse que Álvaro Pacheco sai a custo zero, revelando desagrado pelo pedido avançado pelo treinador. “O treinador sai a custo zero. Perante um treinador que a três dias do final da época pretende sair, o Vitória não pode ficar refém. Tem de planear a próxima com alguém ao leme, com alguém se preocupe com o Vitória. A três dias do final do campeonato não faz sentido. Mas as ações ficam para cada um”.