Luís Cirilo Carvalho, sócio 586, oficializou a sua candidatura à presidência do Vitória. Sob o lema “Por Um Vitória Maior”, o antigo dirigente do clube, tendo desempenhado vários cargos, começou por anunciar a inclusão de duas mulheres na vice-presidência.
“Pela primeira vez em 102 anos de história, o Vitória tem duas mulheres candidatas a vice-presidentes da direção”, disse, arrancando muitos aplausos da plateia. Além de Cristina Cepa e Filipa Silva, Albino Teibão e Jorge Folhadela também são os candidatos a vice-presidentes. Pedro Miguel Carvalho é a escolha para a presidência da Mesa da Assembleia Geral, Marcos Carvalho para presidir o Conselho Fiscal e Alexandra Pinto Coelho o Conselho de Jurisdição.
Luís Cirilo começou por reconhecer que o palmarés do Vitória não vai ao encontro da grandeza do clube. “O Vitória é o quarto clube com mais participações no campeonato nacional, é o clube com a quarta melhor média nos estádios, e é um clube onde todos são pequeninos nas bancadas do D. Afonso Henriques. Somos um clube grande, com palmarés pequeno. Face à grandeza da sua massa associativa e da sua história, a nossa sala de troféus não tem a repercussão merecida”, reconheceu.
“No futebol temos uma Supertaça e uma Taça de Portugal, na formação temos três títulos nacionais, mas o grande fornecedor do nosso palmarés são as modalidades. O basquetebol que ganhou duas Taças de Portugal e outros troféus, o voleibol que foi campeão nacional e venceu uma Taça de Portugal, e o polo que é tetracampeão nacional. São modalidades que têm dado muito ao Vitória. E nas modalidades de combates temos títulos nacionais e internacionais. O nosso palmarés tem de ser maior e temos potencial para isso. Somos os conquistadores, mas temos conquistado pouco”, lembrou.
E deixou uma promessa, caso seja eleito. “Não serei o presidente do futebol, mas de todo o Vitória. Se o Vitória for campeão nacional de polo aquático, comigo a presidente, salto para dentro da piscina para festejar com os jogadores. Nunca, como a presidente do Vitória, uma equipa campeã nacional terá a ausência do seu presidente nas bancadas. Nunca. Teria vergonha, enquanto presidente do Vitória, ver uma equipa ser campeã nacional e mandar uma mensagem”.
O candidato ao próximo ato eleitoral, agendado para 1 de março, prosseguiu nas suas ideias. “Esta lista não surge por acaso. Se as coisas estivessem muito bem, se o Vitória estivesse triunfante, se calhar não estávamos aqui. Infelizmente, a leitura que fazemos da realidade não é essa. O Vitória, na nossa ótica, tem de crescer e a Direção tem de ser o primeiro fator de crescimento. Temos de crescer na ambição, na conquista, na influência e transparência. A transparência não pode ser um chavão. Tem de ser uma prática diária. Na influência, o Vitória tem de estar representado nos órgãos decisivos e tem de ser ouvido e respeitado. O Vitória, no que diz respeito à Federação, trabalhará com quem vencer as eleições e não deve ter posição. Em relação à Liga, tem de exigir representatividade, compatível com a nossa dimensão, com a grandeza da nossa massa associativa. Somos o quarto clube que mais receitas dá para a Liga e somos o primeiro ou o segundo que mais multas pagas”.
A questão financeira não passou ao lado. “Já chega de vivermos de aparências. Os números dizem que o passivo nos últimos três anos aumentou mais de 20 milhões de euros. Se isto é recuperação financeira, vou ali e já venho. Os jornais falam de transferências com valores engraçados, mas depois temos de esmiuçar essas transferências. Vendemos o Kaio César por 9 milhões de euros, mas quanto entra no Vitória? Dos 9 milhões que se fala, vão entrar menos de 3 milhões no Vitória. Vivemos na aparência dos grandes negócios, mas a maior parte deles são ruinosos”, disse.
“Em 2022, quando esta direção tomou posse, o passivo era de 46 milhões de euros, agora já passa dos 70 milhões. Em termos financeiros diz tudo”, acrescentou.
Luís Cirilo anunciou que o antigo presidente António Pimenta Machado e José António Pinheiro foram os primeiros subscritores da sua candidatura e revelou ter contactado quatro ex presidentes para contribuírem, após o ato eleitoral, para a união da família vitoriana.
